24 de out. de 2005

Aqui,lá e acolá, estou de volta mas não no mesmo lugar!

Após intensa terapia introspectiva e decisões erroneas que me levaram ao fatídigo enlace que presencio agora, de volta me encontro com algo mais a discutir que apenas as baboseiras cotidianas. O tempo passa e o que me leva a continuar é a mais pura curiosidade, força vital das ciências empíricas e da vizinhança de audição aguçada. Curiosidade de revelar o que me espera nos dias vindouros, e de poder conferir se minhas expectativas chegarão ao menos próximo de se concretizar. Minhas utopias estão renovadas e as perspectivas agora mudam de acordo com a regulagem do aparelho óptico, tudo me vem filtrado e na esperança de receber efeitos que aprimorem a estética e restaurem o folego da narrativa cálida e enervante. Me deparo com novos conflitos e os busco com intensa constância no intento de encontrar algo altamente relevante que excite nos visionários a revolta contra a pasteurização cultural e intracrônica a qual atravessamos sem leme e sem ventos. Tudo se resume a idéia de produzir ondas de cognição que possam ser ou não a favor do que proponho mas que traga a reflexão ao foro comum de nosso cotidiano. Realmente não espero fazer algo novo, nem muito menos revolucionar a plebe contra a realeza, mas apenas tentar diagnosticar e teorizar sobre as possibilidades de mudanças que nos poderiam favorecer num mundo novo que começa em nossas cabeças.

24 de ago. de 2005

Incontestável Reticências Rotineiras

Os dias passam e tudo se renova após os cataclismas cotidianos de cada um de nós. As mudanças que nos viram o leme em angulos retos acabam formando um círculo completo e trazendo-nos ao ponto de partida.
O ato de criar algo, partindo de uma imaginação abstracional e congruindo de sentimentos e percepções antepostas ao método torna-se díficil e meticuloso quando não se passa por fatos que nos causem estranheza ou a simples reflexão. A necessidade de um referencial imagético e maior que esse último um referencial perceptivo mostra-se imprescindível na concretização de projeto. Por isso essa busca errante atrás de acontecimentos impactantes que revelem-se como fatos referenciais e experiências produtivas que ajudem à materialização do objetivo projectual.
Com esse pretexto de necessidade de experiências tento analisar cada ínfimo momento até aqui vivido, extraindo de segundos passados algo relevante e se possível avassalador, que reuna em si idéias e sentimentos que possam expressar os desejos do ser humano.
Como o homem gordo no ônibus que ocupa mas da metado do banco ao lado, e durante a longa viagem, adormecido e inconsciente, ronca desesperadamente e serve de entretenimento aos que ao seu lado se dirigem à ceifa diária, absorto de minha realidade passo a tentar buscar dentro de mim mesmo algo que possa entreter aos que assistem esse show de horrores filosóficos que no final de todas as contas não me leva à lugar algum a não ser essa cadeira e meu fiel teclado amarelado.

6 de ago. de 2005

Alguém viu meu cérebro por aí?

Parece-me que nesse último mês quem esteve de férias foi meu raciocínio. Tudo que fiz foi movido pelo instinto, como dormir, comer e dormir novamente, arrisco a dizer que o estado vegetativo não passou longe. Mas apesar disso tudo posso, após esse imenso intervalo, analisar os fatos e tentar concatenar idéias para trazer a discussão os aspectos subliminares da vida.
Nessa minha travessia pelo inócuo portei-me como rélis figurante, passei desapercebido e tornei-me parte de um cenário comum a todos os que ainda respiram nessa planeta moribundo. Despido de minha habitual soberba, escudo contra os inflamados dardos alheios e pseudo intelectualidade, corri por meios medíocres e trafegados pela maioria da população. Mas nunca relapso à minha principal missão: observar.
Sem me ausentar dessa pátria honrosa experimentei o contato com culturas alienígenas, mas não estou me refirindo aos extras mas sim aos intra-terrestres. É espantoso como a atividade laborial pode fazer com que culturas opostas por marcos geográficos, étnicos e religiosos se compreendam tão bem, sem a espectativa de uma possível degladiação.
A importância do filtro decodificador, que não se trata de um ouvido atento ou de uma parlatório lento, mas sim da moeda corrente, mostra-se vital ao entendimento entre as partes e a conclusão do ato comercial. O interesse de ambas as partes por sucesso na troca e obtenção de bens mostrou-me um fator relevante, é necessário um meio comum a todas as culturas para a boa comunicação entre as partes. A matemática simples e intensamente aplicada designa a si própria um papel de linguagem tradutória de interesses e a atenção aos numeros ganha destaque nesse paradigma.
O que intento com essa elocubração entediosa e ressaltar o valor do protagonista de toda a comunicação: o interesse. Nada se move sem que haja interesse em mover algo. Toda a criação foi executada com um único interesse, ou seja, não sejamos tolos e insensatos deduzindo que os fatos acontecem por que tem de acontecer ou por mera fatalidade. A manipulação do meio é feita por aqueles que sabem quais controles usar, e esse é o real poder abicionado por todos os grandes homens da história.
Eu busco intensamente esses controles, a sabedoria de conseguir apertar os botões certos que possam gerar o efeito que pretendo. A maquinação parece malígna, mas o fim é nobre, bem pelo menos para mim. Detestaria citar Maquiavel, mas ainda não inventou-se uma forma de chegar ao fim sem perder alguns peões.

19 de jun. de 2005

O Salvador do mundo...

A necessidade de ter respostas para tudo, de conhecer à íntimo tudo aquilo que me é passado e nunca parecer deslocado no meio das conversas apenas me levaram ao stress. Venho tratando isso através dessa escrita caricata de inteligência. Felizmente consegui um escape pacífico para toda a minha fúria e agonia cotidiana, poderia ter simplesmente entrado em um cinema e chacinado a platéia, o que esquemáticamente não parece tão ruim, "brincadeira".
O exercício da exposição e a tentativa de concatenar idéias nem sempre parece atrativo. Eu, sinceramente não sei porque isso me fascina, talvez pelo poder da fala, de apenas dizer o que quero e as pessoas ouvirem. Sei que meu público aqui não deve passar de duas ou três pessoas; nem minha mãe lê o que escrevo, ainda bem; e também não acredito que possa estar inserindo novos conceitos a vidas dos leitores, apenas estou me comunicando.
Comunicação, mesmo que desorganizada, sempre é válida. Isso não é uma afirmação pessoal, isso é o que a sociedade nos ensina. Temos músicas e expressões culturais de todos os tipos, temos o analista para nos ouvir, temos a internet para divulgar o que quisermos. Ou seja, fala quem tem boca e ouça que prestar atenção.
O meu intúito nessa atual postagem é desmistificar a idéia que eu possa estar me esforçando para ser uma espécie de guru cibernético, ou um oráculo de novas concepções. Estou aqui apenas para falar, ouve que quiser.
Isso já foi impecilho para a criação de um blog particular, não queria algo que fosse um diária, até porque meu dia-a-dia nem é interessante e muito menos queria através da internet levar a resposta para os necessitados. Estou aqui pura e simplesmente pelo exercício da retórica, e retórica absoluta. Não espero salvar o mundo nem seus passageiros, até porque o último que o fez quase terminou numa cruz se não fosse por sua divindade.
Acho que esse era para ser o primeiro texto, mas o que vale é a comunicação, mesmo que tardia!

9 de jun. de 2005

Em se plantando tudo dá

Já faz algum tempo que não me manifesto nesse meio dúbio que é esse blog, não pretendo ficar me desculpando já que nunca me comprometi a ser cotidiano nas baboseiras que escrevo aqui.
Inspiração não tem me faltado, tanta coisa acontece nesse louco mundo que é impossível reclamar de não existir assunto. Fica tudo a cargo de nossa criatividade e beneplácito discutir e fazer repercutir o que ressoa dentro dessa caixa de ossos.
O mundo gira gentilmente a todo instante e nós vivemos caçando o tempo para assistir essas voltas enebriantes do universo. Trabalhamos, recebemos, pagamos e nunca conquistamos o que mais se quer nessa vida, tempo. Queremos voltar ao passado, ou excursionar ao fulturo, mas nunca temos a sapiência de procurar o tempo no presente. E ele como aquela que já não nos ama mais, vai-se e não retorna, encontra outro e nos enche de inveja.
Está chegando o fatídico dia referente aos que se relacionam amorosamente, eu só queria ter ao meu lado o tempo. Mas estúpido que sou, quando o tinha tratei com desprezo, busquei apenas a luxúria de sua companhia, o prazer de estar as voltas com aquilo que rege tudo o que nos é conhecido. Mas como disse ele se cansou de mim, só procurei minha própria satisfação, desperdicei o tempo do tempo.
Agora que as raízes esbranquiçadas pelo desgaste nascem fico buscando os porquês dessa minha solidão. Como o operário usurpado ou a mulher mal-falada escolho outros para culpar. "Esse maldito governo", "essa merda de lugar", quando tudo o que tenho agora foi o que eu próprio trabalhei, recebi e paguei para ter.
Não quero fazer meu tempo ser mais produtivo, não quero ter mais tempo para mim, nem muito menos quero doar meu tempo. Quero, do fundo da minha não tão profunda alma, ver o tempo passar, com seus rodopios e balanço estonteante, que alegra e diverte, que entorpece e ensina, que faz-nos satisfeitos de ser e estar aqui, no hoje, no agora, sem se quer lembrar que agora já não é mais, se foi e o que vem já chegou e num instante passou.
Não sonho ser como o relógio que caminha sempre ao lado do seu mestre, aquele que o conduz nunca erra, portanto, muito menos ele. Quero errar, quero arrepender-me, ficar irritado, denominar-me idiota. "Como pude não ver isso?". Pois dessa forma faço a graça que há no viver, crio minhas experiências e posso encher essa página com idéias tão fúteis mas que reunidas explicam toda uma vida, que não se perdeu pois soube observar o tempo.

22 de mai. de 2005

"Cultura Pra Todos, Por um Bom Preço"

A mídia realmente é algo fantástico. O poder de condução da massa é comparável ao do pastor dirigindo o seu rebanho, mas com um diferencial importante: ninguém sente a "porrada" do cajado. Nessa semana se encerrou mais uma Bienal do Livro aqui no Rio. A massa compareceu em peso. Fomos ver os grandes nomes da literatural nacional e francesa, será? Com tantas palestras e sua maioria artistas da mídia televisiva eu me questiono quanto ao propósito das pessoas. Corredores lotados, estandes albarroados e preços absurdos, assim se faz um evento para todos.
Eu, como de praxe, saí de casa com um objetivo traçado: "Como Me Tornei Estúpido" de um escritor francês que não se chama Pierre. Mas como consumidor antenado, busquei na web o preço do livro. Pronto estava e esperançoso de conseguir um ótimo produto por um preço impecável. Que frustração!!! E não me venha dizer que cultura não tem preço, tem sim e não é para todos, a não ser que seja cultura espírita por apenas 3 reais.
Que maldição, pensava enquanto tentava sobreviver ao formigueiro humano e ao caos da falta de modos dos transeuntes. Estava preso aquele inferno de palavras e versos banhados a tinta. Mas como nem só de pão e livros viverá o homem, saí a busca de algo para saciar a sede. Depois de muitos esbarrões e pedidos de desculpas respondidos com ofensas cheguei a um mini-trailer montado sobre caixas e sacos de gelo e indaguei à vendedora: Por favor, quanto custa o guaraná? Sabe aqueles guaraná-naturais vendidos em copos descartaveis. Foi então que veio o golpe de Brutus, a mulher de trás de outras pessoas amotinadas, restos de plásticos e de um engradado gritou: Dois real! É claro que não estou aqui para falar de concordâncias da lingua portuguese, estou aqui para relatar o acontecimento matemático. Você entendeu? Ela disse dois reais, em produto que no dia-a-dia é cobrado sessenta centavos.
Agora vem a confissão dos pecados, não me contive frente a tamanha indignação. Além de distanciar o povo do saber e do mundo intrigante da literatural universal, 'eles' ainda tentavam matar o povo de sede. Mas o povo é perseverante, "não desiste nunca!" e compra o guaraná, não eu, eu fui beber coca-cola, mas a massa refrigerava-se satisfeita com o a bebida áurea e valorosa, e sentia-se disposta a mais um pavilhão percorrer.
Palmas para os investidores, expositores e vendedores da Bienal do Livro, eles, assim como Moisés, conseguem tirar água da pedra, ou será doce da criança?

algum lugar do passado Posted by Hello

15 de mai. de 2005

"Nunca fuja de um desafio!!!"

Como todos podem perceber fui desafiado a continuar escrevendo, isso é animador e entusiasmante, saber que alguém lê o que aqui disserto. Tenho certeza absoluta de que o que escrevo não é absoluto, me alegria mais ver pessoas tentando desenvolver idéias junto comigo. Saber que o que proponho seja certo ou errado mediante a pontos de vistas diferentes e idôneos.
Terminado o introdutório abominado volto a refletir sobre o cotidiano passageiro e momentâneo de outrora e agora, que cria em nós a sensação de estarmos imersos num mundo que não espera ter-nos como integrantes e conteúdo. A cada dia sinto mais forte que estamos no lugar errado na hora errado, e principalmente, fazendo a coisa errada. Não de acordo com o cosmos ou o "sentido das coisas", mas com relação a natureza em si. Como se "Gaya" não nos suportasse mais e precisássemos buscar em novos planetas refúgio para a revolução vindoura.
Isso gera um mal-estar e creio eu que toda essa inconsistência da raça humana, a mutação constante de ideologia, atitudes, religiões e moda, principalmente moda, apenas reflete o total em nossa insignificância carnal. Eu digo moda, não querendo apenas tratar de vestuário, mas de modismo e atitudes comunitárias, pois creio eu ser essa a maior expressão da sociedade contemporânea, sua 'moda'. As 'tribos', esses agrupamentos de iguais que não se repelem e buscam uns nos outros formas de afirmação como indivíduos, mas apenas se destacando como grupo se torna hoje a 'moda' do momento.
Não critico, nem julgo mal, na realidade até prefiro pois devido a minha função no meio comercial sou favorecido pela segmentação social dos gostos e vontades desses potenciais consumidores. Torna-se mais fácil atender ao desejo do comprador quando se conhece a sua mentalidade.
Por isso fecho esse prólogo fragmentado de idéias etéreas e absurdas citando: "Dividir para conquistar!" - Julio Cesar.

30 de abr. de 2005

Estática versus Cinética

Ao longe a cidade parecia calma, do sétimo andar vejo o Rio depois da Baía e parece tão calmo, mesmo com as colinas cobertas de pequenas moradias, a fumaça cobrindo a praça XV. Os único sons que ouvia eram os de barcos passando e a revoada de garças e urubus que criavam o contraste máximo de cores.
Distanciamento pode ser uma tática de análise, livrar-se do stress de estar no meio e espandir a visão, enxergar o todo. Mas isso só funciona em tese pois perde-se todo o senso de integração e as sensações que se criam por estar participando da fisiologia do ambiente se anula quando separa-se do organismo.
Muitas vezes tentamos aplicar a técnica do distanciamento ao cotidiano, queremos uma experiencia extra-corporal que nos explique o caos que se sucessede. Talvez se buscassemos entender o nosso funcionamento dentro do todo, analisar as funções que precisamos desempenhar e procurar por falhas na execução dessas atribuições teríamos a resposta que necessitamos, ou alguma direção a seguir.
"Um bom computador e um carro veloz pra me manter distante de mim", eu ouvi isso numa música e me despertou algo que fazemos quase que inconscientes. Fugimos de nós mesmo, inibimos nossas vontades e necessidade suprimindo-as com materias que possam desviar nossa atenção de nós mesmos, dói menos se pensarmos em outra coisa.
Aplicamos medicações que não passam de placebos, não surtem efeito contra o mal mas no fazem sentir bem pois estamos "sendo medicados". O poder da cura que criamos está ligado a nossa força de negação do problema. Não estou doente, grita nossa mente. Não queremos perceber o problema que nos consome por dentro.
Busquemos então a verdadeira cura, o fim da hemorragia que toma nosso interior. Percebendo o papel que desempenhamos dentro do sistema, e como esse sistema nos influência, nossas conexões com o externo e do mesmo conosco é que, acredito eu, poderemos encontrar novas formas de 'funcionar' nessa grande engenhoca da vida.

28 de abr. de 2005

Devo Não Nego, Pago Quando Puder!!!

Voltei a rotina massacrante e fiquei devendo dois dias de escritas incoerentes aqui no blog, mas como ninguém lê não há grandes problemas. Em 4 dias já foram projetos, provas, seminários, e desenvolvimentos de novos projetos, fora os "freelas", mas não estou reclamando só monologando com meus botões.
A vida volta aos eixos que nunca quiz que existissem, tudo volta a ser corriqueiro e momentâneo, passageiro, como minhas horas no caminho para a universidade. A observação das coisas precisa agora ser mais minunciosa e atenta, pois nada espera pelo olhar perceptivo e analítico. Tento procurar questões no cotidiano para que sirvam como tema de discussão, não apenas aqui mas em futuros projetos que atentem a questionar a sociedade em seus atos. Não que eu tente ser o "Senhor da Verdade", bem que eu queria, mas são apenas observações críticas que resultem em respostas objetivas para os problemas que vivenciamos.
Hoje um colega meu apresentou seu projeto final de curso, e uma coisa que ele disse me tocou bastante, em seu último esforço na faculdade o aluno tenta dar algo de troca a sociedade que o manteve na instituição. Isso é fundamental, eu tinha ouvido antes a expressão: "devolver ao Brasil", mas como andava tão irado com o governo confundi a nação com um bando de lacaios que a destroem. Quando troca-se Brasil por sociedade tudo começa a fazer mais sentido e me sinto como que obrigado, não que isso seja ruim, a criar e desenvolver algo que auxilie a sociedade a encontrar um novo rumo para as coisas.
Por isso o exercício da observação analítica se aumenta agora, preciso encontrar algo na sociedade que eu possa explicar e tentar resolve-lo usando as formas que aprendi a raciocinar na faculdade. Me sinto mais responsável agora e espero cumprir com glórias, não para mim mas para o esforço, essa minha iniciativa.

25 de abr. de 2005

Finalmente Outside

Após duas memoráveis semanas de detenção e aprisionamento finalmente sai, fui ao Centro do Rio, local de caos e desordem que eu adoro. Tudo bem que o motivo não foi lá grande coisa mas os fins justificam os meios. Sinceramente eu estava preocupado em ser assaltado, eu tava andando como turista, olhando para o alto dos prédios, circulando praças, até fiquei no meio do rapa.
Eu ainda não sei se foi só leseira minha ou se eu perdi meu arquivo mental sobre o Centro, parecia tudo novo e tão bonito, eu estava tão extasiado que quiz ajudar um casal de estrangeiros perdidos, mas eles fugiram de mim, eu fiquei imaginando como seria o diálogo, na verdade nada produtivo.
Essas absorsoções que nos tomam de repente e nos levam a um patamar desconhecido são fundamentais para a renovação de perspectivas das quais tanto falo. Não é uma questão filosófica, nem uma nova metodologia de vida, é apenas uma nova observação dos espaços e situações cotidianas que intensificariam a rotina levando-a a uma metamorfose constante.
É como ver o sol nascer todo os dias e buscar nas peculiaridades do momento sua diferenciação do anterior. A diferença cria valor, e o valor compra espaço na memória para alocação de percepções e sentimentos realizados naquele momento de esplendor.
Foi ótimo voltar ao Centro hoje, especialmente hoje, segunda-feira, onde todos estão dispostos, mesmos que involuntariamente, e o dinamismo da cidade é um tanto quanto particular. A segunda transpira esperança, confiança num futuro próximo e vontade de "correr atrás". Espero que minhas percepções também se renovem todas segundas-feiras.

24 de abr. de 2005

Sunday Bloody Sunday

De dentro do prédio ouvindo aquele debate de uma pessoa só, onde todos falam e todos concordam com tudo, eu olhava para aquela árvore e só conseguia pensar nas aulas de desenho e naquela árvore que fiz que mais parecia o cachorro da Mônica, todos os tons de verdes, o inalcaçável preto absoluto e brilhos e reflexos brancos dos quais eu nunca lembrava. A natureza e tão mais perfeita e completa, independente, flexível e inteligente. Imagine se a natureza fosse uma empresa, repare nos produtos, na sua eficiência, na função, na personalização para cada público alvo, é de dar inveja a qualquer empreendedor desse mundo. Mas no final ela não nos cobra nada, apenas que retornemos ao fim da vida. Nada mais que o justo, indiscutível.
Pena que não percebo isso com mais constância, não me lembro da importância de avaliar o papel da natureza. Queria fazer mais, não como os loucos do Greenpeace mas apenas respeitar e autoconscientizar-me das minhas funções no meio desse ambiente, já que me considero parte dessa natureza.
Não espero evitar o fim da Amazônia ou de qualquer outra expressão da natureza, pois eu mesmo estou me extinguindo, a cada dia chego mais próximo de entrar para aquela lista do Ibama. O importante seria antes de ir recuperar o meu papel no meio disso tudo, a meu nicho no meio desse ecossistema de plantas, animais, idéias e éter.
Deus salve o éter!!!

23 de abr. de 2005

Nunca gostei de Aliens!

Ainda na clausura, todas as experiências que vivo chegam até mim por luzes emitidas por caixas, ou ligadas a uma antena ou ao computador. Fico absorto por esta situação, é um paradoxo incrível, pois estando eu na minha quarentena, sem contato direto com o mundo exterior, tenho a minha frente estas leituras de conjunturas sociais, políticas e culturais, que me iludem dizendo que deste modo faço parte do todo.
Como designer penso na interface, essa comunicação entre o meio e pessoas como eu, e a importância disso. Começo a pensar que poderia salvar vidas, criando algo que mantenha o interesse dessas pessoas em tentar fugir da alienação. Viver em sociedade através da conectividade da tecnologia, algo como novas relações pessoas e realmente habitar um mundo em que as pessoas estão On ou Offline, aliás, isso é outra coisa que discutirei depois, o offline.
Através desses novos laços participei, apenas ontém, da dor dos judeus no Gueto de Varsóvia, celebrei o reecontro do amor de dois velhinhos, além de maravilhar-me com as aventuras dos incríveis, isso tudo eu acho impressionaria um pescador que durante toda uma vida conhece apenas o mar.
E as percepções? Como foram? Na verdade não são minhas, alguém já mastigou e entregou uma massa pronta para ser engulida, não me dão a oportunidade de refletir e dialogar, querem apenas que eu absorva suas idéias e concorde com suas soluções. Claro que prontamente obedeço, faço tudo, qualquer coisa, para não ficar alienado do mundo dentro do meu quarto sem poder sair, sem desfrutar de experiências...

22 de abr. de 2005

Primeiras Percepções

Desde o momento da concepção começamos com esse hábito de perceber, algo que é anterior a tudo. Isso nos define, define nossos ambientes, nossas relações. O que intento que toda esse colóquio inconsiso é apenas introduzir a minha idéia de relatar aqui nesse espaço virtual, aparentemente livre de censuras e manipulação alienígena, minhas percepções, sejam elas do meu pretérito imperfeito ou do meu presente fulgaz. Sendo um tanto "politiqueiro" agora, sintam-se a vontade de comentar e adicionar suas percepções às minhas.
Sinceramente não sei porque estou escrevendo como que para um público, acho que é apenas um vício do meu ego, mas apenas quero escrever, parecendo ignóbil ou sapiente, tanto faz, quero unicamente saciar minha sede por descarregar verbetes ignotas que não revelem nada mais do que eu espero revelar.

Depois Da Tempestade Vem Outra

Felizmente ou não, ulitmamente tenho tido bastante tempo para reflexões, talvez fosse isso a causa da febre, mas as coisas que se aprende quando se para e mundo continua são tão revoltantes que dá voltade de agredir algo ou alguém, mas não passa de uma vontade primata. A verdade é que me sentia deslocado, como a criança solitária na hora do recreio. O mundo, esse clubinho de pessoas sorridentes e perdidas tinha me deixado de fora. Isso pode deixar alguém louco, mas por outro lado pode me garantir uma visão totalmente livre de expectativas e influências, algo como uma visão naif, pura e renovada. Essa retomada aos paradigmas iniciais da vida possibilitaram novas escolhas de ideologias, rever conceitos analizar os parâmetros que regeram a vida até o presente momento. Mas no fim, me sinto o mesmo, aquela linda sensação de que "daqui para frente serei diferente" se esvaiu, como todas as outras vezes. Volto a me recordar das velhas percepções e sentir os limites caducos que criei me aprisionando de novo. Não fico triste, acredito que isso seja apenas o que tem de ser, posso ser preguiçoso de não lutar contra as velhas perspectivas mas o que realmente me oferecem as novas? Nada mais do que novas prisões e vínculos estúpidos a coisas e pessoas que rodeam o cotidiano. Pensar é bom, mas sinto falta de objetivos, pensar por pensar e continuar pensando é um tanto danoso, stressante e maléfico, essa coisa de ficar dissertando sobre tudo, todo, isso e aquilo, acho que foi isso que deu início a esse fim que obtenho agora. Por fim, nesse fim vindouro, que a muito espero mas do qual sempre temo e fujo, a única coisa que ainda me preocupa é saber: "Como foi que peguei essa merda de vírus!?!".

id Posted by Hello