Os dias passam e tudo se renova após os cataclismas cotidianos de cada um de nós. As mudanças que nos viram o leme em angulos retos acabam formando um círculo completo e trazendo-nos ao ponto de partida.
O ato de criar algo, partindo de uma imaginação abstracional e congruindo de sentimentos e percepções antepostas ao método torna-se díficil e meticuloso quando não se passa por fatos que nos causem estranheza ou a simples reflexão. A necessidade de um referencial imagético e maior que esse último um referencial perceptivo mostra-se imprescindível na concretização de projeto. Por isso essa busca errante atrás de acontecimentos impactantes que revelem-se como fatos referenciais e experiências produtivas que ajudem à materialização do objetivo projectual.
Com esse pretexto de necessidade de experiências tento analisar cada ínfimo momento até aqui vivido, extraindo de segundos passados algo relevante e se possível avassalador, que reuna em si idéias e sentimentos que possam expressar os desejos do ser humano.
Como o homem gordo no ônibus que ocupa mas da metado do banco ao lado, e durante a longa viagem, adormecido e inconsciente, ronca desesperadamente e serve de entretenimento aos que ao seu lado se dirigem à ceifa diária, absorto de minha realidade passo a tentar buscar dentro de mim mesmo algo que possa entreter aos que assistem esse show de horrores filosóficos que no final de todas as contas não me leva à lugar algum a não ser essa cadeira e meu fiel teclado amarelado.