24 de jan. de 2009

3:16 AM

Em meio a melancolia que me abate, sorrisos por lembranças alegres transformam meu semblante, antes opaco e amargurado. A vida é boa, pena que eu decido não vive-la, o peso de arcar com minhas escolhas agora cai sobre meu ombros. É difícil não ter desculpas e alguém para culpar, afinal toda a independência que busquei com tanto afinco nada mais me trouxe que solidão. Não tenho conclusão ou alguma reflexão perspicaz a cerca dessa minha situação apenas sei, e disso sei e não acho, que velhos laços me atam o coração, me fazendo permanecer triste e sorridente.

12 de jan. de 2009

Vapor nocivo de pensamentos alheios

Definitivamente qualquer palavrório desenfreado há de desencadear algo trágico. Por demasiado falar e ínfimo ouvir as vezes me perco nas minhas palavras, atinjo pessoas que nunca quiz fazer mal. Não tenho como me retratar e muito menos culpar meu intelecto naive. As escolhas que faço, desde o momento da primeira sinapse até a articulação de meus músculos faciais me condenam por minhas palavras expurgadas ao léo sem discernimento e soltas na obscuridade de meus pensamentos conscientes ou não. Esta alma que carrego se encontra submersa em teorias dantescas sobre ela mesma, e por refração, as conjecturas que afirmo e julgo serem as reais nada mais são do que o grosso líquido, espesso e turvo, que envolve as concatenações que monto a partir do que vejo e sinto. O que me vem aos olhos é fácil julgar, não costumo me enganar por beleza e brilho, mas o que sinto realmente não entendo, acho que é um campo de batalha onde fico sempre no meio, nunca sabendo qual lado combater. Dessa forma sou sempre o primeiro a cair, nunca um mártir, nunca lembrado, apenas mais uma casualidade na guerra incessante que acontece dentro desta cabeça enevoada e de marés inconcisas.

6 de jan. de 2009

Ócio monocromático e seus amigos multicoloridos

Mas eu ano se faz presente e a consciência plena do entendimento de meu papel nesse mundo ainda não chegou. Fazer o que? Paciência. No retorno à minha atividades rotineiras, aquelas que esvaziam a minha mente com o fluxo desvairados de demandas anônimas mas dirigidas a minha sala, também ainda não se iniciaram. Que bom, pois na velocidade sináptica que me encontro nesses novos dias de janeiro espantaria-me ter de realizar algo de peso.
Como acabamos de atravessar por mais um reveillon seria inconstância do meu caráter não comentar as derivações temporais ocasionadas por tal fato. Na realidade a única coisa que foi alterada é a data. A grafia que não consegue expressar em si própria toda a importância que o tempo merece. Nos minutos que antecedem esta passagem nossos corações se enchem de esperança e agonia, desejando que este novo número traga-nos os pedidos feitos com os olhos fechados. Fazemos promessas, usamos de artimanhas supersticiosas no intúito de alcançarmos nos objetivos. Mas no fim, isso tudo, até mesmo a reflexão póstuma, não passa de perda de tempo. Tempo esse que não se conta em horas, em minutos ou em anos, mas sim em fôlego, em olhares e principalmente em sorrisos.
Sorrisos definitivamente marcam minha vida, risadas brandas ou abertas, entreolhares desprovidos de intensão mas sempre buscando algo no outro, com essas ferramentas conto meu tempo e no acumulo que a vida me provem espero chegar ao fim com bastante tempo para pensar.