22 de mai. de 2005

"Cultura Pra Todos, Por um Bom Preço"

A mídia realmente é algo fantástico. O poder de condução da massa é comparável ao do pastor dirigindo o seu rebanho, mas com um diferencial importante: ninguém sente a "porrada" do cajado. Nessa semana se encerrou mais uma Bienal do Livro aqui no Rio. A massa compareceu em peso. Fomos ver os grandes nomes da literatural nacional e francesa, será? Com tantas palestras e sua maioria artistas da mídia televisiva eu me questiono quanto ao propósito das pessoas. Corredores lotados, estandes albarroados e preços absurdos, assim se faz um evento para todos.
Eu, como de praxe, saí de casa com um objetivo traçado: "Como Me Tornei Estúpido" de um escritor francês que não se chama Pierre. Mas como consumidor antenado, busquei na web o preço do livro. Pronto estava e esperançoso de conseguir um ótimo produto por um preço impecável. Que frustração!!! E não me venha dizer que cultura não tem preço, tem sim e não é para todos, a não ser que seja cultura espírita por apenas 3 reais.
Que maldição, pensava enquanto tentava sobreviver ao formigueiro humano e ao caos da falta de modos dos transeuntes. Estava preso aquele inferno de palavras e versos banhados a tinta. Mas como nem só de pão e livros viverá o homem, saí a busca de algo para saciar a sede. Depois de muitos esbarrões e pedidos de desculpas respondidos com ofensas cheguei a um mini-trailer montado sobre caixas e sacos de gelo e indaguei à vendedora: Por favor, quanto custa o guaraná? Sabe aqueles guaraná-naturais vendidos em copos descartaveis. Foi então que veio o golpe de Brutus, a mulher de trás de outras pessoas amotinadas, restos de plásticos e de um engradado gritou: Dois real! É claro que não estou aqui para falar de concordâncias da lingua portuguese, estou aqui para relatar o acontecimento matemático. Você entendeu? Ela disse dois reais, em produto que no dia-a-dia é cobrado sessenta centavos.
Agora vem a confissão dos pecados, não me contive frente a tamanha indignação. Além de distanciar o povo do saber e do mundo intrigante da literatural universal, 'eles' ainda tentavam matar o povo de sede. Mas o povo é perseverante, "não desiste nunca!" e compra o guaraná, não eu, eu fui beber coca-cola, mas a massa refrigerava-se satisfeita com o a bebida áurea e valorosa, e sentia-se disposta a mais um pavilhão percorrer.
Palmas para os investidores, expositores e vendedores da Bienal do Livro, eles, assim como Moisés, conseguem tirar água da pedra, ou será doce da criança?

algum lugar do passado Posted by Hello

15 de mai. de 2005

"Nunca fuja de um desafio!!!"

Como todos podem perceber fui desafiado a continuar escrevendo, isso é animador e entusiasmante, saber que alguém lê o que aqui disserto. Tenho certeza absoluta de que o que escrevo não é absoluto, me alegria mais ver pessoas tentando desenvolver idéias junto comigo. Saber que o que proponho seja certo ou errado mediante a pontos de vistas diferentes e idôneos.
Terminado o introdutório abominado volto a refletir sobre o cotidiano passageiro e momentâneo de outrora e agora, que cria em nós a sensação de estarmos imersos num mundo que não espera ter-nos como integrantes e conteúdo. A cada dia sinto mais forte que estamos no lugar errado na hora errado, e principalmente, fazendo a coisa errada. Não de acordo com o cosmos ou o "sentido das coisas", mas com relação a natureza em si. Como se "Gaya" não nos suportasse mais e precisássemos buscar em novos planetas refúgio para a revolução vindoura.
Isso gera um mal-estar e creio eu que toda essa inconsistência da raça humana, a mutação constante de ideologia, atitudes, religiões e moda, principalmente moda, apenas reflete o total em nossa insignificância carnal. Eu digo moda, não querendo apenas tratar de vestuário, mas de modismo e atitudes comunitárias, pois creio eu ser essa a maior expressão da sociedade contemporânea, sua 'moda'. As 'tribos', esses agrupamentos de iguais que não se repelem e buscam uns nos outros formas de afirmação como indivíduos, mas apenas se destacando como grupo se torna hoje a 'moda' do momento.
Não critico, nem julgo mal, na realidade até prefiro pois devido a minha função no meio comercial sou favorecido pela segmentação social dos gostos e vontades desses potenciais consumidores. Torna-se mais fácil atender ao desejo do comprador quando se conhece a sua mentalidade.
Por isso fecho esse prólogo fragmentado de idéias etéreas e absurdas citando: "Dividir para conquistar!" - Julio Cesar.