19 de jun. de 2005

O Salvador do mundo...

A necessidade de ter respostas para tudo, de conhecer à íntimo tudo aquilo que me é passado e nunca parecer deslocado no meio das conversas apenas me levaram ao stress. Venho tratando isso através dessa escrita caricata de inteligência. Felizmente consegui um escape pacífico para toda a minha fúria e agonia cotidiana, poderia ter simplesmente entrado em um cinema e chacinado a platéia, o que esquemáticamente não parece tão ruim, "brincadeira".
O exercício da exposição e a tentativa de concatenar idéias nem sempre parece atrativo. Eu, sinceramente não sei porque isso me fascina, talvez pelo poder da fala, de apenas dizer o que quero e as pessoas ouvirem. Sei que meu público aqui não deve passar de duas ou três pessoas; nem minha mãe lê o que escrevo, ainda bem; e também não acredito que possa estar inserindo novos conceitos a vidas dos leitores, apenas estou me comunicando.
Comunicação, mesmo que desorganizada, sempre é válida. Isso não é uma afirmação pessoal, isso é o que a sociedade nos ensina. Temos músicas e expressões culturais de todos os tipos, temos o analista para nos ouvir, temos a internet para divulgar o que quisermos. Ou seja, fala quem tem boca e ouça que prestar atenção.
O meu intúito nessa atual postagem é desmistificar a idéia que eu possa estar me esforçando para ser uma espécie de guru cibernético, ou um oráculo de novas concepções. Estou aqui apenas para falar, ouve que quiser.
Isso já foi impecilho para a criação de um blog particular, não queria algo que fosse um diária, até porque meu dia-a-dia nem é interessante e muito menos queria através da internet levar a resposta para os necessitados. Estou aqui pura e simplesmente pelo exercício da retórica, e retórica absoluta. Não espero salvar o mundo nem seus passageiros, até porque o último que o fez quase terminou numa cruz se não fosse por sua divindade.
Acho que esse era para ser o primeiro texto, mas o que vale é a comunicação, mesmo que tardia!

9 de jun. de 2005

Em se plantando tudo dá

Já faz algum tempo que não me manifesto nesse meio dúbio que é esse blog, não pretendo ficar me desculpando já que nunca me comprometi a ser cotidiano nas baboseiras que escrevo aqui.
Inspiração não tem me faltado, tanta coisa acontece nesse louco mundo que é impossível reclamar de não existir assunto. Fica tudo a cargo de nossa criatividade e beneplácito discutir e fazer repercutir o que ressoa dentro dessa caixa de ossos.
O mundo gira gentilmente a todo instante e nós vivemos caçando o tempo para assistir essas voltas enebriantes do universo. Trabalhamos, recebemos, pagamos e nunca conquistamos o que mais se quer nessa vida, tempo. Queremos voltar ao passado, ou excursionar ao fulturo, mas nunca temos a sapiência de procurar o tempo no presente. E ele como aquela que já não nos ama mais, vai-se e não retorna, encontra outro e nos enche de inveja.
Está chegando o fatídico dia referente aos que se relacionam amorosamente, eu só queria ter ao meu lado o tempo. Mas estúpido que sou, quando o tinha tratei com desprezo, busquei apenas a luxúria de sua companhia, o prazer de estar as voltas com aquilo que rege tudo o que nos é conhecido. Mas como disse ele se cansou de mim, só procurei minha própria satisfação, desperdicei o tempo do tempo.
Agora que as raízes esbranquiçadas pelo desgaste nascem fico buscando os porquês dessa minha solidão. Como o operário usurpado ou a mulher mal-falada escolho outros para culpar. "Esse maldito governo", "essa merda de lugar", quando tudo o que tenho agora foi o que eu próprio trabalhei, recebi e paguei para ter.
Não quero fazer meu tempo ser mais produtivo, não quero ter mais tempo para mim, nem muito menos quero doar meu tempo. Quero, do fundo da minha não tão profunda alma, ver o tempo passar, com seus rodopios e balanço estonteante, que alegra e diverte, que entorpece e ensina, que faz-nos satisfeitos de ser e estar aqui, no hoje, no agora, sem se quer lembrar que agora já não é mais, se foi e o que vem já chegou e num instante passou.
Não sonho ser como o relógio que caminha sempre ao lado do seu mestre, aquele que o conduz nunca erra, portanto, muito menos ele. Quero errar, quero arrepender-me, ficar irritado, denominar-me idiota. "Como pude não ver isso?". Pois dessa forma faço a graça que há no viver, crio minhas experiências e posso encher essa página com idéias tão fúteis mas que reunidas explicam toda uma vida, que não se perdeu pois soube observar o tempo.