29 de jan. de 2013

A Vida Dá Voltas

A vida dá voltas, disso eu sei, todos sabem. Porém, a vida começa a morrer quando suas voltas retornam pro mesmo ponto. A repetição das ocasiões na verdade não passam de nada além da nossa incapacidade de perceber mais. Nossa compreensão é limitada e nossa visão muito reduzida. Não notamos detalhes e pequenezas que dão o brilho à vida. Nossos olhos facilmente se turvam diante a problemas, aos nossos problemas, e deixam de enxergar a beleza que há nas caóticas voltas que a vida dá.
Sentimo-nos como num carrossel, girando sempre no mesmo eixo, repetindo paisagens, cores e rostos. Quando na verdade, milhões de novidades se reproduzem ao nosso redor. Mas a velocidade que tocamos a vida e a inabilidade de congelar os momentos transformam tudo em um multicolorido borrão. A aventura começa quando tentamos sair do carrossel, apreciar as coisas mais de perto, estar mais próximo da beleza cotidiana, das mais comuns situações, as quais geralmente não damos valor nem atenção.
Por isso eu peço que pare, pare por favor. Eu preciso descer. Eu preciso sair. Desse passeio eu não quero mais, não mais.

12 de jun. de 2011

Um ano depois...

Já se passaram 12 meses da minha última postagem nesse emaranhado de elucubrações desmedidas. Me sinto um tanto perdido e desabituado ao exercício de sequenciar pensamentos e narrá-los de forma inteligível. Como tudo nesta minha vida, a falta da prática leva a perfeição, e não à perfeição. A minha avidez quanto a dominar o tempo eu já perdi. Entendo agora que o tempo não pode ser dominado e, à medida que o tempo vai, a minha vontade de entender e controlar os acontecimentos se desvanece. Não tenho mais motivos para arguir com Chronos. Aceito sua ditadura e os castigos aos quais fui condenado. Vivo melhor assim.

Chegou pra mim aquela estação onde finalmente compreendo que os problemas do mundo estão em mim. Tudo aquilo que me incomoda e distancia-me da felicidade, nada mais é que distorções criadas por mim mesmo nas minhas percepções da realidade. Sentimentos, sonhos, vontades e anseios apenas manifestam a minha angústia em tornar real o que pressuponho que seja o melhor. Mas ainda sim, já possuo previamente o entendimento de que o que quer que seja concretizado não será suficiente. A minha realidade está longe da perfeição que desenvolvo em meus planos. Tudo aquilo que converto da abstração para este meio físico e palpável não atinge as minhas expectativas. Mas isso não me incomoda.

Não intento parecer desacredito ou desconfiante, mas acho que o quanto mais real forem as minhas ambições mais conseguirei alcançar. É aquela velha história de que degraus baixos são mais fáceis de galgar. Sei que essa atitude me deixa cada vez mais próximo da mediocridade que permeia a maioria das vidas neste planeta, e isso é particularmente algo que a quinze anos atrás me deixaria furioso e possesso. Mas isso não me afeta mais. Esta vida é muito curta para eu me deixar levar por uma fantasia de criar um legado nesta terra, sendo que quando morrer nada mais serei do que parte integrante da mesma.

Eu admirava os grandes filósofos e pensadores que deixaram fincados em nossa cultura suas ideias e aspirações, mas não mais. Tendo em vista o que se é feito com tais conceitos e teses, não tenho a menor vontade de criar e deixar algo para este mundo, já que sei que o mesmo apenas o usurpará e o distorcerá ao seu bel prazer. Vide o conceito da Democracia e que dela é feito nos dias de hoje. Se o povo escolhe seus governantes e representantes, este mesmo povo não deve passar de um velho masoquista que se vangloria de suas dores. Mas isso é outra história, para outro post, numa outra madrugada de cabeça cheia e conceitos vazios. Gute nacht!

20 de jun. de 2010

Serei eu o próximo grande literata universal?

Eu queria ter mais criatividade e destreza pra escrever mais vezes nesse blog. O que na realidade não me impede de escrever já que ninguém lê esse obtuso, adoro a palavra obtuso, e decadente espaço pseudoliterario. Bom, Saramago morreu, acredito então que chegou a minha vez de preencher esse lapso que se formou no universo de pensadores inconcisos mas retumbantes. Preciso apenas definir meu estilo, elocubrar sobre coisas que ninguém entende e mostrar a humanidade o quão suja, vil e mesquinha ela se faz. Preciso desvendar para o mundo a minha habilidade de concatenar ideias que são completamente parodoxais e ridículas, mas que na conjuntura atual de nossa sociedade atual se constituem nos maiores pilares filosóficos em que estão embasadas a nossa moral e cultura.
Tomemos com foco de discussão os filmes categorizados como "Comedia Romantica", que na minha perspectiva são as versões em longa metragem das novelas brasileiras trazidas a vida por Hollywood. A trama sempre se define em duas pessoas, geralmente de sexos opostos, mas não por muito tempo, que tem uma enorme incapacidade de se comunicarem com o outro e consigo mesmas. Tais personagens sempre sofrem de uma grande falta de confiança e postura, revelando uma enorme baixa auto-estima, que os consomem e os tornam miseráveis. Essa construção teatral cria um laço tão forte de identificação com a platéia que as pessoas tomam essas historias como testemunhos e abstraem completamente a ideia dessa trama ser fictícia.
O que mais me impressiona e o clichê, após 2 minutos de filme você sabe como ele vai acabar, sabe que na metade alguma coisa muito triste vai acontecer, geralmente morre o personagem mais dócil mas que ninguém quer ser. E claro, por fim, tudo se resolve num grande beijo, filmado em pelo menos 3 câmeras, que começa com um big close na mulher(por enquanto) e termina num zoom out para plano geral.
Mas o que mais dói nisso tudo sempre será a trilha sonora. Sempre uma música pop com instrumentalização acústica de piano ou violão de cordas de nylon, entoada por uma voz jovial e backing vocals etéreos. Não cabe os clássicos de Sinatra ou Bennett nesse estilo cinematográfico, seria muita informação para um publico não tão esclarecido.
Por fim, ficamos com uma audiência feminina comovida e esperançosa de ter na vida o que viu na tela e seus pares ou cônjuges desejando ter assistido a um outro filme de ação qualquer.
Após ler o que escrevi surgiu no meu peito uma enorme saudade de Saramago, apesar de discordar de seu ateísmo, sua sagacidade e ríspida definição do homem farão falta a este mundo cego.  

14 de mai. de 2010

Pressagios de um vindouro futuro muito obliquo

Um tanto estranho e hoje chegar a conclusão de que aquilo do qual eu tanto reclamei ja não existe mais. A cronocracia que antes vivia nos dias atuais se revela branda e esguia. Com o indulto empregadicio me desvencilhei de uma serie de parametros burgueses que tornavam meu cotidiano uma eterna busca por objetivos corporativos que por ultimo vinham se traduzindo em devaneios de um microtirano desvairado.
Hoje o tempo não me tem mais, não me possui, e o controle do tempo, de seu ou uso ou apenas o descaso com o mesmo esta nas minhas mãos. Como escreveu o grande Stan Lee: "Com grandes poderes surgem grandes oportunidades", e desses meus novos poderes ainda desconheço tais responsabilidades, mesmo sabem que no futuro estas me sobrevirao e cobrarão o meu debito. Mas a alegria de viver o dia, a experiência cotidiana de administrar um microcosmos de 24 horas me traz uma paz e meu tranquilidade que há muito eu ambicionava.
Como já havia dito o mais sábio de todos os homens, ate porque Ele mesmo não foi apenas homem: "Basta a cada dia o seu mal".
Ainda assim faço planos, gosto de fazê-los, mas preciso aprender a parar de anuncia-los com tanto entusiasmo se na verdade eu mesmo estou disposto a diariamente modifica-los.

24 de jan. de 2009

3:16 AM

Em meio a melancolia que me abate, sorrisos por lembranças alegres transformam meu semblante, antes opaco e amargurado. A vida é boa, pena que eu decido não vive-la, o peso de arcar com minhas escolhas agora cai sobre meu ombros. É difícil não ter desculpas e alguém para culpar, afinal toda a independência que busquei com tanto afinco nada mais me trouxe que solidão. Não tenho conclusão ou alguma reflexão perspicaz a cerca dessa minha situação apenas sei, e disso sei e não acho, que velhos laços me atam o coração, me fazendo permanecer triste e sorridente.

12 de jan. de 2009

Vapor nocivo de pensamentos alheios

Definitivamente qualquer palavrório desenfreado há de desencadear algo trágico. Por demasiado falar e ínfimo ouvir as vezes me perco nas minhas palavras, atinjo pessoas que nunca quiz fazer mal. Não tenho como me retratar e muito menos culpar meu intelecto naive. As escolhas que faço, desde o momento da primeira sinapse até a articulação de meus músculos faciais me condenam por minhas palavras expurgadas ao léo sem discernimento e soltas na obscuridade de meus pensamentos conscientes ou não. Esta alma que carrego se encontra submersa em teorias dantescas sobre ela mesma, e por refração, as conjecturas que afirmo e julgo serem as reais nada mais são do que o grosso líquido, espesso e turvo, que envolve as concatenações que monto a partir do que vejo e sinto. O que me vem aos olhos é fácil julgar, não costumo me enganar por beleza e brilho, mas o que sinto realmente não entendo, acho que é um campo de batalha onde fico sempre no meio, nunca sabendo qual lado combater. Dessa forma sou sempre o primeiro a cair, nunca um mártir, nunca lembrado, apenas mais uma casualidade na guerra incessante que acontece dentro desta cabeça enevoada e de marés inconcisas.

6 de jan. de 2009

Ócio monocromático e seus amigos multicoloridos

Mas eu ano se faz presente e a consciência plena do entendimento de meu papel nesse mundo ainda não chegou. Fazer o que? Paciência. No retorno à minha atividades rotineiras, aquelas que esvaziam a minha mente com o fluxo desvairados de demandas anônimas mas dirigidas a minha sala, também ainda não se iniciaram. Que bom, pois na velocidade sináptica que me encontro nesses novos dias de janeiro espantaria-me ter de realizar algo de peso.
Como acabamos de atravessar por mais um reveillon seria inconstância do meu caráter não comentar as derivações temporais ocasionadas por tal fato. Na realidade a única coisa que foi alterada é a data. A grafia que não consegue expressar em si própria toda a importância que o tempo merece. Nos minutos que antecedem esta passagem nossos corações se enchem de esperança e agonia, desejando que este novo número traga-nos os pedidos feitos com os olhos fechados. Fazemos promessas, usamos de artimanhas supersticiosas no intúito de alcançarmos nos objetivos. Mas no fim, isso tudo, até mesmo a reflexão póstuma, não passa de perda de tempo. Tempo esse que não se conta em horas, em minutos ou em anos, mas sim em fôlego, em olhares e principalmente em sorrisos.
Sorrisos definitivamente marcam minha vida, risadas brandas ou abertas, entreolhares desprovidos de intensão mas sempre buscando algo no outro, com essas ferramentas conto meu tempo e no acumulo que a vida me provem espero chegar ao fim com bastante tempo para pensar.

14 de nov. de 2008

O Derradeiro e Fatídico Dia da Alegria - para Andrea

Chega um dia que não tem como escapar, você se esforça, desvia o caminho, luta com seu próprio eu, mas não adianta, a alegria te pega. Uma sensação de nostalgia por coisas que ainda vão acontecer, onde toda a melancolia fica presa em um canto da mente que nesse instante torna-se inacessível. Você transborda, fica com aquele semblante irritante a todos aqueles que estão a sua volta e não compartilham de sua exuberância de serotonina. O que pra você pouco importa, o grau de alegria é tão alto que o baixo astral e angústia do próximo não te afetam de maneira alguma. Deve-se apreciar este momento, raro e fragmentado em nossa existência, motivação de vidas inteiras e por muitas vezes alcançadas por poucos. Nesse estado de espírito é possível relavar as dificuldades e contemplar soluções que, de onde se estava , eram escondidas pelo horizonte. Seja feliz nestas novas etapas e busque entender as opções que se abrem. Pois o futuro sempre planeja coisas boas para aqueles que planejam o futuro. 

29 de jul. de 2008

Full Head Special Tricks!

Não estou aqui para ficar divagando sobre o infindável porem escasso tempo que tenho, mas apenas pra esvaziar os meus neurônios desta carga inexorável negativa de elétrons que, por mais que nunca pertinente a realidade, giram em torno da minha existência ou do que acredito ser a minha manifestação neste paralelo.
O grande insight que tive nos últimos dias revela-se cotidianamente mais correto, estou cansado. No auge da minha vida terrena, com esse quarto de século viajado, com léguas e léguas percorridas e uma intangível qualidade de companheiros de jornadas, palmas para todos aqueles que atravessaram meu caminho, declaro que meus joelhos tremem diante do horizonte que mostra-se deitado, imóvel e inatingível. Óbvio que não trato do aparato que me traz mobilidade através de contrações muscalares, mas sim da tracionante sensação que faz minha mente executar funções que antes eram prazerosas e enebriantes.
A perplexidade de minha criativadade assustaria qualquer observador mais íntimo, pois os que comigo compartilharam por mais tempo meu empoirado trajeto, saberiam que o este que dispara verbetes sem sentido neste momento já foi uma pensador mais perspicaz.
De certo que substâncias me faltam, e que os maltratos que a mim mesmo incuti hoje despertam as sequelas que agora apresento. Mas, ainda que possa parecer discurso de coitado, tenho plena certeza que meu cansaço provém das incursões rotineiras no imaginário laboral próprio.
A busca por novas fronteiras, a qual antes motivavam minha massa cinzenta ao postar-se ativa e exuberante, hoje estão cada vez mais distantes e inócuas. Tenho sido arrastado pelo cotidiano produtivo de minha posição no eixo industrial a tornar medíocre meus raciocínios e objetos de minha mãos.
Isto me entristece, mas não por muito tempo, pois posso afirmar que o equinócio de uma nova primavera se aproxima, obvio que não elocubro sobre o rotacionar do planeta, mas sim de uma nova era na qual a minha posição no meu micro-universo revelar-se-a resplandecente para uma nova jornada.
A ruptura a que me proponho parece-me no momento árdua, no entanto conto com a ignobilidade sentimental para alcançar meu objetivo, este traçado ao custo de alguns minutos de insônia que têm me assolado faz alguns meses.
Aos que ficam, desejo-lhes sorte, sucesso e momentos doces, sempre grato por tê-los comigo nessa etapa tão reveladora. Não sou decerto um pensador concatenado mas acredito que minha dialética tem ajudado-me a retirar deste fardo um pouco de conhecimento para aplicações futuras, esperando sempre que os juros deste investimento rendam, afim de tornar-me rico desse saber que é preciso para viver.

3 de dez. de 2007

Retrospectiva 2007

Ué? Mas como assim? O ano já tá acabando? Eu passei o ano todos, aliás, dois anos todos, falando sobre o tempo e nem percebi que perdi meu tempo tentando contemporizar as coisas que em um piscar de olhos viram passado. Mas a vida é assim mesmo, a gente sempre achar que parar e refletir sobre as coisas é a melhor forma de não perder tempo errando, mas acaba perdendo tempo ficando parado.
De muitas coisas me arrependo, de não ser mais intrépido, mais valente, mas inconsequente, apesar de não conseguir lidar com qualquer consequencia, seja ela boa ou má. Só sei que 2008 está chegando e eu não vejo a hora para que isso tudo comece de novo. A vida não acaba aqui e eu não me preocupo mais com esse tempo marcado em ponteiros e digitos.
Pena que todos não pensem como eu, principalmente meu chefe, meu professor, meus pais e todos aqueles que esperam alguma coisa de mim. A única resposta que posso dar a eles é: "Dê tempo ao tempo", apesar de que ultimamente quem precisa do tempo sou eu, não para mim, minha vida é boa, aliás muito boa, reclamar seria estupidez e ingratidão, mas tempo àqueles que me cercam de perguntas, de pedidos e anseios. 
Que em 2008 eu, e você também, possamos ouvir menos quandos e mais como. Pois eu gosto de contar histórias, não de fazer promessas e especulações sobre o futuro. O futuro a Deus pertence e o presente, bem se alguém é dono do presente e quiser vender eu to comprando.
Feliz fim de 2007 e parabéns por esse novo calendário na parede!