12 de jun. de 2011

Um ano depois...

Já se passaram 12 meses da minha última postagem nesse emaranhado de elucubrações desmedidas. Me sinto um tanto perdido e desabituado ao exercício de sequenciar pensamentos e narrá-los de forma inteligível. Como tudo nesta minha vida, a falta da prática leva a perfeição, e não à perfeição. A minha avidez quanto a dominar o tempo eu já perdi. Entendo agora que o tempo não pode ser dominado e, à medida que o tempo vai, a minha vontade de entender e controlar os acontecimentos se desvanece. Não tenho mais motivos para arguir com Chronos. Aceito sua ditadura e os castigos aos quais fui condenado. Vivo melhor assim.

Chegou pra mim aquela estação onde finalmente compreendo que os problemas do mundo estão em mim. Tudo aquilo que me incomoda e distancia-me da felicidade, nada mais é que distorções criadas por mim mesmo nas minhas percepções da realidade. Sentimentos, sonhos, vontades e anseios apenas manifestam a minha angústia em tornar real o que pressuponho que seja o melhor. Mas ainda sim, já possuo previamente o entendimento de que o que quer que seja concretizado não será suficiente. A minha realidade está longe da perfeição que desenvolvo em meus planos. Tudo aquilo que converto da abstração para este meio físico e palpável não atinge as minhas expectativas. Mas isso não me incomoda.

Não intento parecer desacredito ou desconfiante, mas acho que o quanto mais real forem as minhas ambições mais conseguirei alcançar. É aquela velha história de que degraus baixos são mais fáceis de galgar. Sei que essa atitude me deixa cada vez mais próximo da mediocridade que permeia a maioria das vidas neste planeta, e isso é particularmente algo que a quinze anos atrás me deixaria furioso e possesso. Mas isso não me afeta mais. Esta vida é muito curta para eu me deixar levar por uma fantasia de criar um legado nesta terra, sendo que quando morrer nada mais serei do que parte integrante da mesma.

Eu admirava os grandes filósofos e pensadores que deixaram fincados em nossa cultura suas ideias e aspirações, mas não mais. Tendo em vista o que se é feito com tais conceitos e teses, não tenho a menor vontade de criar e deixar algo para este mundo, já que sei que o mesmo apenas o usurpará e o distorcerá ao seu bel prazer. Vide o conceito da Democracia e que dela é feito nos dias de hoje. Se o povo escolhe seus governantes e representantes, este mesmo povo não deve passar de um velho masoquista que se vangloria de suas dores. Mas isso é outra história, para outro post, numa outra madrugada de cabeça cheia e conceitos vazios. Gute nacht!

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