20 de jun. de 2010

Serei eu o próximo grande literata universal?

Eu queria ter mais criatividade e destreza pra escrever mais vezes nesse blog. O que na realidade não me impede de escrever já que ninguém lê esse obtuso, adoro a palavra obtuso, e decadente espaço pseudoliterario. Bom, Saramago morreu, acredito então que chegou a minha vez de preencher esse lapso que se formou no universo de pensadores inconcisos mas retumbantes. Preciso apenas definir meu estilo, elocubrar sobre coisas que ninguém entende e mostrar a humanidade o quão suja, vil e mesquinha ela se faz. Preciso desvendar para o mundo a minha habilidade de concatenar ideias que são completamente parodoxais e ridículas, mas que na conjuntura atual de nossa sociedade atual se constituem nos maiores pilares filosóficos em que estão embasadas a nossa moral e cultura.
Tomemos com foco de discussão os filmes categorizados como "Comedia Romantica", que na minha perspectiva são as versões em longa metragem das novelas brasileiras trazidas a vida por Hollywood. A trama sempre se define em duas pessoas, geralmente de sexos opostos, mas não por muito tempo, que tem uma enorme incapacidade de se comunicarem com o outro e consigo mesmas. Tais personagens sempre sofrem de uma grande falta de confiança e postura, revelando uma enorme baixa auto-estima, que os consomem e os tornam miseráveis. Essa construção teatral cria um laço tão forte de identificação com a platéia que as pessoas tomam essas historias como testemunhos e abstraem completamente a ideia dessa trama ser fictícia.
O que mais me impressiona e o clichê, após 2 minutos de filme você sabe como ele vai acabar, sabe que na metade alguma coisa muito triste vai acontecer, geralmente morre o personagem mais dócil mas que ninguém quer ser. E claro, por fim, tudo se resolve num grande beijo, filmado em pelo menos 3 câmeras, que começa com um big close na mulher(por enquanto) e termina num zoom out para plano geral.
Mas o que mais dói nisso tudo sempre será a trilha sonora. Sempre uma música pop com instrumentalização acústica de piano ou violão de cordas de nylon, entoada por uma voz jovial e backing vocals etéreos. Não cabe os clássicos de Sinatra ou Bennett nesse estilo cinematográfico, seria muita informação para um publico não tão esclarecido.
Por fim, ficamos com uma audiência feminina comovida e esperançosa de ter na vida o que viu na tela e seus pares ou cônjuges desejando ter assistido a um outro filme de ação qualquer.
Após ler o que escrevi surgiu no meu peito uma enorme saudade de Saramago, apesar de discordar de seu ateísmo, sua sagacidade e ríspida definição do homem farão falta a este mundo cego.  

Um comentário:

Anônimo disse...

500 days of summer

Assiste esse. Quebra completamente os parasigmas dos filmes de comédia romântica. Mas não pelo final em si, mas pelo processo de quebra da ilusão. E por mostrar a ilusão.